.Os frutos do jatobá contêm uma polpa farinácea de alto valor proteico, utilizada na culinária regional na forma de bolos, biscoitos, pães e mingaus ou “in natura”. A polpa é utilizada ainda na medicina popular como laxante. O jatobá é rico em provitamina A, potássio, magnésio, cálcio e fósforo. Possui 75% de ácidos graxos insaturados com ácido linoleico dominante. A árvore apresenta uma madeira densa, muita apreciada em construções e carpintaria no geral (Botelho, 1993). Além de fornecer madeira de boa qualidade, as espécies do gênero Hymenaea exsudam uma resina denominada jutaicica, usada como adstringente, cicatrizante e na fabricação de xaropes para bronquite e inflamações, além da produção de vernizes (Botelho, 1993).
Extração e Comercialização: A extração do jatobá é ocorre de maneira muito semelhante à de outros frutos consistindo em arrancar o fruto da árvore ou esperar o momento em que eles caem maduros ao chão para fazer essa coleta.
Após a coleta, os frutos podem passam por uma triagem para separar aqueles que não estão aptos ao consumo, a partir daí o fruto pode seguir para o processamento afim de preparar os produtos que são derivados do jatobá, ou podem seguir natural para a comercialização.
A comercialização do jatobá é feita pelos próprios agroextrativistas em feiras e festas locais, ou usa alguma cooperativa para intermediar esse contato até o consumidor final.
Aplicações: Do jatobá consegue-se aproveitar tudo para diferentes finalidades.
As partes do fruto (semente, polpa e casca) são integralmente aproveitadas. Das sementes do jatobá pode-se fazer artesanatos, como biojóias. As sementes ainda têm sido utilizadas com propósitos fitoterápicos e cosméticos. A casca do fruto também possibilita o artesanato, é muito comum a fabricação de bonecos típicos das regiões.
Da polpa saem receitas como sorvetes e licores, além do mais é comum a produção de farinha com o processamento da polpa, que serve de base para o preparo de bolos e pães com alto valor proteico.
A árvore também tem suas propriedades, a casca é muito procurada por conta de suas atividades medicinais, principalmente no tratamento de problemas respiratórios, comprando diretamente com os próprios extrativistas, o consumidor evita todo o trabalho de ter que tirar a casca da árvore e de tratá-la, além do fortalecer a economia. A resina extraída da árvore ou do fruto ajudam com dores de estômago e azia.
Importância Social e econômica: O jatobá é um fruto antigo, uma espécie resistente que consegue sobreviver melhor a condições mais adversas. Do jatobá tudo se aproveita, e isso gera movimentações na economia, conferindo renda as famílias de agricultores locais, onde cada um da família pode assumir uma parte do preparo dos produtos finais, sejam eles alimentícios, medicinais ou artesanais.
Ameaças: A produção do jatobá e de seus derivados produtos é complicada, muitas vezes por falta de uma estrutura básica para melhor atender aqueles trabalhadores.
Incluir o jatobá na Política de Garantia de Preços Mínimos para Produtos da Sociobiodiversidade (PGPM — Bio) ajudaria muito as pessoas que dependem dele, pois estariam assegurados a cobrar um valor mais alto (e justo) por todo o trabalho que tem em relação a esse fruto. Sem uma remuneração justa, as condições de trabalho também ficam cada vez mais precárias, ferramentas que não são seguras, longas horas de trabalho para produzir mais, para conseguir o sustento dos indivíduos que estão envolvidos.