Preencha os campos abaixo para submeter seu pedido de música:

Comissões Cruls: A Epopeia Centenária Rumo ao Coração do Brasil (O Papel de Luziânia) - Rede Luziânia

Fale conosco via Whatsapp: +55 61 8216 4496

No comando: PODCAST DESVENDANDO MITOS E VERDADES

Das 9:00 às 10:30

No comando: Rei Caipira

Das 05:00 às 07:00

No comando: Rede Luziânia Destaca

Das 07:00 às 09:00

No comando: RITMADO

Das 09:00 às 12:00

No comando: Good Time

Das 12:00 às 13:00

No comando: FORRÓ NA REDE

Das 16:00 às 20:00

No comando: Rei Caipira

Das 18:00 às 20:00

No comando: LUZICAST

Das 20:00 às 22:00

No comando: RITMADO

Das 20:00 às 22:00

No comando: Tesouro Musical

Das 22:00 às 24:00

Comissões Cruls: A Epopeia Centenária Rumo ao Coração do Brasil (O Papel de Luziânia)

Brasília, inaugurada em 21 de abril de 1960 pelo presidente Juscelino Kubitschek, é um marco da arquitetura e da engenharia moderna, com as assinaturas de Lúcio Costa, Oscar Niemeyer e Joaquim Cardozo. No entanto, o sonho de transferir a capital federal para o Planalto Central é muito mais antigo, uma visão que remonta a séculos e que foi concretizada graças ao trabalho pioneiro das Comissões Cruls.


Do Brasil Colônia à Proclamação da República

A ideia de interiorizar a capital surgiu ainda no período colonial. A figura polêmica do Marquês de Pombal já vislumbrava a necessidade estratégica de proteger a sede do governo de possíveis ataques marítimos, sugerindo sua construção no interior do Brasil.

O impulso decisivo, contudo, veio com a Proclamação da República em 1889. A Constituição de 1891 tornou a interiorização uma determinação legal e imperiosa, estabelecendo em seu Artigo 3º a reserva de uma zona de 14.400 quilômetros quadrados no Planalto Central para a futura Capital Federal.

O então presidente Floriano Peixoto agiu imediatamente, ordenando a criação de uma comissão científica para explorar e demarcar essa área.


A Primeira Comissão Cruls e a Rota Histórica por Luziânia

Em junho de 1892, partiu para o coração do Brasil a Comissão Exploradora do Planalto Central do Brasil. Liderada pelo engenheiro, astrônomo e diretor do Observatório Astronômico do Rio de Janeiro, o belga Louis Ferdinand Cruls, a expedição contava com mais 21 membros, incluindo astrônomos, médicos, geólogos e botânicos.

Luziânia: Ponto de Apoio e Rota Estratégica

A jornada épica começou em Uberaba (MG), o fim da linha férrea. De lá, as quase 10 toneladas de bagagem foram acomodadas em lombos de mulas e a Comissão seguiu a cavalo por um longo percurso que durou 8 meses, refazendo as trilhas abertas anteriormente pelo Visconde de Porto Seguro.

A antiga Santa Luzia (hoje Luziânia) surge nesse trajeto como uma das poucas e essenciais paradas de apoio e ponto de referência no vasto e inexplorado Planalto Central.

  • Ponto de Rota: A Comissão avançou seguindo a rota histórica, passando por Pirenópolis, Santa Luzia (Luziânia) e Formosa.
  • Divisão da Expedição: Para demarcar o tão sonhado quadrilátero de 14.400 Km², a Comissão se separou em dois grupos:
    • Grupo do Norte: Cruls seguiu com o primeiro grupo rumo à cidade de Formosa, via Serra do Urbano ou das Divisões.
    • Grupo do Sul: O outro grupo, chefiado pelo astrônomo Henrique Morize, também com destino a Formosa, seguiu pelo Sul, via Corumbá, Santa Luzia e Mestre d’Armas. A passagem por Luziânia foi, portanto, crucial no itinerário da equipe responsável pela medição da porção sul do futuro Distrito Federal.
  • Registro Fotográfico: A importância da passagem por Luziânia é registrada em fotos históricas. Há no acervo da Comissão Cruls registros fotográficos, como o do “Acampamento junto a Santa Luzia” (Luziânia), tirado por Henrique Morize em 1892, que documentam o trabalho e as condições da missão. Luziânia, então um pequeno povoado no meio do cerrado, serviu de base logística e geográfica para os exploradores.

O Quadrilátero Cruls e o Relatório

Guiados por medições e levantamentos astronômicos, os exploradores demarcaram os marcos do famoso Quadrilátero Cruls. Esta região estratégica era o berço das nascentes das bacias dos rios Amazonas, São Francisco e Paraná. De volta ao Rio de Janeiro, a comissão apresentou o detalhado “Relatório Cruls” (1894), que ratificava a viabilidade da transferência da capital.


A Segunda Missão: O Local Ideal

Em 1894, Cruls chefiou a 2ª Comissão Cruls, com o objetivo de indicar o local específico para a construção da cidade-capital. Para esta etapa, Cruls convidou o renomado engenheiro botânico e civil francês Auguste Glaziou, que defendeu a recriação de um lago que teria existido na região – a ideia do que hoje é o Lago Paranoá.

Interrupção por Falta de Recursos

Infelizmente, os trabalhos de campo foram suspensos bruscamente no final de 1895 por falta de verba, e os pesquisadores tiveram que retornar às pressas, impedindo a conclusão do relatório completo.


O Legado Confirmado

A competência técnica da Missão Cruls foi inquestionável. Décadas depois, nos anos 50, o estudo conhecido como Relatório Belcher confirmou a pertinência da área, indicando o Sítio Castanho, que abrangia os municípios goianos de Formosa, Planaltina e Luziânia. A análise final pelo Marechal José Pessoa confirmou a escolha de um dos locais sugeridos pelos pioneiros: a área entre os rios Gama e Torto, onde Brasília foi construída.

Luziânia, a antiga Santa Luzia, é reconhecida como uma das “cidades-mãe” da região, não apenas por sua antiguidade (fundada em 1746), mas por ter sido um ponto de apoio fundamental e integrante da área que deu origem ao Distrito Federal.

FONTE

https://www.arquivopublico.df.gov.br/exposicao-comissoescruls

Deixe seu comentário:

Rede Luziânia Tá ON!